Roadtrip 2016 – Parques Nacionais Americanos – O Planejamento

SENSACIONAL! 7440km, por 11 estados americanos. Sol, chuva, frio, calor, neve e furacão. Talvez os 18 dias mais intensos de nossas vidas. Cada segundo aproveitado. Após a viagem de 2015, tínhamos uma certeza: queríamos viajar de carro, por paisagens excepcionais, com a maior quantidade de “UAU´s” possíveis, que nos proporcionasse um certo grau de aventura e fotos incríveis.

No início do ano havíamos cogitado uma viagem ao Hawaii, mas após estimar os custos, descartamos. Diante de tais “requisitos”, uma viagem pelos Parques Nacionais Americanos passou a ser a escolha óbvia. Desde o momento em que fiz o Curso Master Cara da Foto, o Yellowstone era alvo (alguns tutoriais foram gravados lá). Como dirigir por lá não é um problema pra gente – pelo contrário, é um prazer – começamos a montar um roteiro pelo meio-oeste americano, envolvendo muitos quilômetros rodados. Foram 3 meses de muita pesquisa e planejamento. Primeiro ponto: época da viagem. Só poderíamos sair na metade de setembro. Nesta época a temperatura já é mais baixa, havendo risco de neve e, por conseqüencia, fechamento de estradas (bagunçando nosso plano). Segundo: começar por onde / terminar por onde, considerando o risco do clima.

Yellowstone National Park Parque Nacional Yellowstone
Yellowstone National Park

Após muitas horas de análises no Google Maps, pesquisa de preços de passagens e hotéis, estava decidido a ir até Salt Lake City/UT, alugar o carro e começar o tour a partir deste ponto (envolveria dirigir ao norte, rumo ao Yellowstone, e depois voltar a Salt Lake). Este plano de ir e voltar pela mesma estrada não estava nos agradando, ainda mais por ser um trecho longo. Pra piorar, os preços das passagens estavam elevados (fiz todas as combinações possíveis para cidades do oeste). Durante um jantar de família, acabamos descobrindo que o início das férias do meu irmão/cunhada coincidiria com o final das nossas, quase uma semana de overlap (eles iriam para costa leste). Um dia depois, a surpresa: promoção da Copa Airlines para Miami, saindo de Porto Alegre. Para melhorar, havia um código de desconto (25%) para compras com cartão Visa. Não tivemos dúvidas: compramos na hora. Eu e a Marielle voaríamos até Miami, faríamos um trecho interno até o ponto de partida da Roadtrip. Na volta, encontraríamos meu irmão e minha cunhada em Miami e iríamos visitar os parques de Orlando.

Passagens compradas, começava o maior desafio: encaixar tudo o que queríamos em um espaço limitado de tempo. “E se a gente saísse do lugar X e adicionasse a atração Y no roteiro?” – a cada pesquisa, mais dúvidas e malabarismo para encaixar tudo. Google Maps e Excel a mil, tomamos a decisão. A Roadtrip começaria de Seattle, pois queríamos muito conhecer a cidade (como fã de aviação, queria fazer o tour na fabrica da Boeing – como profissional de TI, conhecer o campus da Microsoft). Trecho interno comprado pela American Airlines, decidimos que encerraríamos a viagem de carro em San Francisco, e de lá voaríamos até Miami.

Os pontos principais do roteiro:

Seattle
Glacier National Park
Yellowstone National Park
Grand Teton National Park
Salt Lake City
Arches National Park
Canyonlands National Park
Four Corners
Monument Valley
Page, AZ (Lake Powell / Horseshoe Bend / Antelope Canyon)
Zion National Park
Death Valley National Park
Mammoth Lakes
Yosemite National Park
Lake Tahoe

Nossa hospedagem foi toda feita pelo site Hoteis.com (reservas em reais, sem IOF, cancelamento possível, possibilidade de parcelamento e hospedagem grátis no programa de fidelidade), grande parte já reservada previamente no Brasil (o que nos deixou bastante amarrados ao roteiro planejado). O carro reservamos pela Rentcars (Chevy Cruze, locadora Hertz), também previamente.

Nos próximos posts, detalhes de cada atração que visitamos!

Grand Canyon National Park – Borda Sul

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Não existe foto alguma que possa representar a grandiosidade desse lugar. Só estando lá para ter noção. Começamos a planejar essa visita em torno de 4 meses antes. Pesquisando em diversos sites, surgiu a dúvida: visitaríamos a borda Oeste (mais próxima a Las Vegas, mas que não faz parte do Parque Nacional), ou a borda Sul (mais longe, mas pertencente ao Parque).

 

Após analisar várias opiniões, decidimos visitar esta última. No roteiro, iríamos de Los Angeles a borda Sul direto (que mais tarde acabamos encaixando a visita ao Joshua Tree Park no caminho). Uma das dicas que li, recomendava a hospedagem em um dos hotéis dentro do próprio parque (Grand Canyon Village). Entretanto, as reservas deveriam ser feitas com no mínimo 6 meses de antecedência, pois esgotavam rapidamente. Obviamente, ao consultar a disponibilidade no site, não havia mais vaga alguma. Como de praxe, consultei hotéis na redondeza, através do Hoteis.com (reservas em reais, sem IOF, cancelamento possível, possibilidade de parcelamento e hospedagem grátis no programa de fidelidade). Diversas opções relativamente perto do Parque, então acabei não me preocupando muito.

Como a visita aconteceria na segunda quinzena de outubro, comecei a pesquisar sobre as condições do tempo. Nesta época já começa a esfriar bastante (principalmente durante a noite), podendo chegar a temperaturas negativas. Um colega de trabalho, que já havia ido nesta época, pegou neve. Duas semanas antes da viagem, por curiosidade, novamente consultei a disponibilidade de me hospedar dentro do Parque. Quase não acreditei: havia um quarto vago, por U$ 100,00, no Maswik. É o mais simples dentre todos, mas encaixaria perfeitamente nas nossas necessidades. Nunca fui tão rápido em uma reserva como essa vez.

Maswik - Grand Canyon Village
Maswik – Grand Canyon Village

Chegamos tarde no parque (após dirigir 880km em um dia). Não havia ninguém controlando a entrada, cancelas abertas. Pagamos o ticket diretamente em um totem, usando cartão de crédito (U$ 20,00 válidos por 7 dias). Andamos bastante até chegar ao hotel, em estradas bem sinzalidas. Checkin rápido, cansaço e fome enormes.

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Café da Manhã Light

No próprio Maswik existe um restaurante, com várias com diversos tipos de comida (pizza, lasanha, burritos, lanches, etc). Apesar de deter o “monopólio” do local, não achei os preços muito mais caros do que vimos em toda viagem.

Ao acordar, o primeiro impacto: 1 grau abaixo de zero, segundo os termômetros. Mas como se trata de um local muito seco, a sensação térmica não era das piores (pra quem mora em um estado úmido como o Rio Grande do Sul). Dia longo pela frente, café da manhã caprichado.

Dica: se você gosta de fotografia, na recepção do lodge e também nos quartos, existe uma tabela com o horário do nascer e pôr-do-sol.

Água, lanches, maquina fotográfica e tripé na mochila, hora de pegar a trilha. Apesar de haver linhas de ônibus dentro do parque (grátis), que percorre diversos pontos de interesse, resolvemos ir caminhando até onde o corpo aguentasse – e segundo dados do GPS do celular, andamos 14,92 km. Trilhas bem sinalizadas (e banheiros em diversos pontos). O cenário dispensa qualquer comentário.

Cuidado!
Cuidado!

Apesar de nossa visita ter acontecido em um sábado, não havia muita gente nas trilhas. Caminhamos tranquilamente e paramos em todos os pontos que achamos legais. Outra coisa que nos impressionou demais: o “barulho do silêncio”. Encontramos uma mesa em uma trilha e acabamos almoçando por lá mesmo (um saco de batata Lays). Talvez o almoço mais espetacular que já tivemos.

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Barulho do Silêncio: ensurdecedor 🙂
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Vida selvagem: presença constante

Dicas Gerais:

  • Tempo ideal de visita: 02 dias, para que seja possível estar descansado e pegar o nascer e pôr-do-sol.
  • Onde ficar: recomendo fortemente um dos hotéis dentro do parque. Caso não haja disponibilidade, tente alguma cidade perto (Flagstaff / Tusayan)
  • Para as trilhas: água, lanche e protetor solar.
  • Obrigatório: máquina fotográfica. Não irá faltar oportunidade para fotos sensacionais.
  • Se você cansar, vá até a parada mais próxima e volte de ônibus.
  • Se não é fã de caminhada, nem gosta de depender de ônibus, vá de carro mesmo. Estradas nota 10.
  • Voltaríamos?: COM TODA CERTEZA!

Joshua Tree National Park

Meu primeiro “contato” com o Joshua National Park foi há muitos anos atrás: a capa do álbum “Joshua Tree” do U2. Mais tarde, durante a exibição na Tela Quente do filme Fuga Mortal. Ficou por aí, simplesmente esqueci que o lugar existia.

Durante o planejamento da RoadTrip do ano passado – o clássico trajeto San Francisco, Los Angeles, Grand Canyon e Las Vegas – este local na Califórnia novamente me chamou atenção. Estava montando alguns trajetos no Google Maps, entre Los Angeles e a borda sul do Grand Canyon, quando cogitei visitar o parque. Aumentaria consideravelmente a distância, e teria de encaixar em curto espaço de tempo.

Joshua Tree: minha primeira foto vendida no ShutterstockComo de costume, fui para o Google pesquisar mais sobre o local. Encontrei poucas informações em sites brasileiros. Mesmo assim, me empolguei e conversei com a Marielle sobre esse plano – “quem sabe acordamos bem cedo em Los Angeles, pegamos um “desvio” e damos uma passadinha por lá”. Ela não pareceu muito animada com a ideia. Deixamos em aberto, para decidir durante a viagem.

Na véspera de fazer o trajeto Los Angeles – Grand Canyon, tomamos a decisão de ir. Isso implicaria em uma maratona: acordar muito cedo, visitar o parque por algumas horas e rumar direto para o Grand Canyon Village (fazendo o trecho cênico da Rota 66, entre Williams e Seligman), pois tínhamos reserva já paga (e é um lugar extremamente concorrido – as reservas esgotam 6 meses antes). Quilometragem aproximada a percorrer no dia: em torno de 880 quilômetros.

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Trajeto de Los Angeles até o Joshua Tree National Park

Tanque cheio e alguns suprimentos comprados no dia anterior (muita água, afinal estávamos indo para o meio do deserto, e poderia acontecer algum imprevisto), saímos de Los Angeles as 6 da manhã. Meu plano era chegar até a entrada norte do parque até as 9 horas, horário oficial de abertura.

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Reabastecidos: Gasolina e Café

Viagem tranquila, com movimento apenas perto de San Bernardino. Já mais longe da área populosa, a vista só melhorava. Paramos em Yucca Valley, quase na entrada do parque, para abastecer, tomar um café e ir ao banheiro.

Dica: se o plano for dirigir até o Arizona, abasteça aqui. Depois do parque é tudo deserto (literalmente), por um trecho de retas intermináveis. Acho que ficar sem combustível neste trajeto não deva ser uma experiencia muito agradável. Inclusive o preço do galão estava mais barato aqui do que em Los Angeles.

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Valor para entrar no parque: U$ 20,00, válidos por 7 dias (padrão dos parques nacionais americanos)

Pagamos a taxa de entrada e recebemos um mapa, que mostrou-se indispensável, já que tínhamos pouco tempo. As estradas dentro do parque são excelentes. Logo nos primeiros quilômetros, a duvida “será que vale a pena“, desapareceu. Local simplesmente fantástico, oportunidade única para tirar fotos sensacionais e colocar em prática as dicas do CaraDaFoto.

Ainda no parque, o arrependimento. Deveria ter planejado ficar o dia inteiro, para realmente aproveitar o que o local oferece. Talvez ficar em uma cidade próxima ou acampar (hipótese descartada prontamente pela Marielle, pois logo após fazer o comentário sobre acampamento, um coiote passou a poucos metros da gente).

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Diversão garantida para quem gosta de fotografia

O tempo estava muito agradável (final de outubro), e alternamos entre manga curta e moletom. Se estiver planejando ir no verão, cuidado. As temperaturas são extremas. Eu sigo o perfil oficial do parque no Instagram, e os alertas são frequentes. Não leve animais de estimação, são proibidos nas trilhas (neste ano um labrador morreu durante um passeio, devido ao calor).

Andamos por cerca de 3 horas dentro do parque e fomos rumo ao Arizona. Ainda havia muito chão pela frente.

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Marielle: da dúvida à empolgação total

Dicas gerais:

  • Bate e Volta de Los Angeles: perfeitamente possível. Saia cedo de LA e terá como aproveitar o dia inteiro. A estrada é ótima (como todas que rodamos nos Estados Unidos)
  • Se sua opção for uma visita rápida, no caminho até o Grand Canyon (South Rim): foi o que fizemos, uma correria (não é o trajeto que a maioria dos turistas costuma fazer). Se quiser apenas tirar umas fotos do parque e ter uma visão geral, pode ser uma alternativa.
  • Estadia ideal: um dia completo no parque, pernoitando em cidades vizinhas ou acampando (existem lugares destinados a acampamentos)
  • O que levar: muita água, lanches e roupa adequada
  • Não dê chance ao azar: abasteça o tanque do seu carro quando possível
  • Consulte as condições das estradas e do calor antes de sair
  • Trilha sonora: você estará na California, meio do deserto, em direção ao Arizona (nosso caso). Só existe uma opção: ROCK AND ROLL!

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